sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

QUANTAS IGREJAS HÁ?

De acordo com o Novo Testamento a igreja é um organismo e não uma organização. Quando se fala em igreja simples, igreja nas casas ou igreja orgânica, expressões sinônimas, esta-se falando da igreja de que trata o Novo Testamento tão somente. Igreja orgânica refere-se à natureza da igreja como organismo, com um corpo vivo, onde cada membro funciona de acordo com a vida divina que recebeu na regeneração. Igreja simples relaciona-se ao aspecto da simplicidade e pureza da igreja e no relacionamento dos irmãos entre si. Igreja nos lares aborda o aspecto íntimo e familiar da igreja. Não são formatos de igreja, mas são aspectos da igreja do Novo Testamento. Deste modo, igreja simples, igreja orgânica ou igreja nos lares não é um novo tipo de igreja, uma novidade ou uma nova forma de viver a vida da igreja. Não se trata de uma fórmula ou receita de como viver a vida da igreja daqui para frente. Trata-se apenas da tentativa de viver a vida da igreja conforme está registrado nas Escrituras, nem mais, nem menos. Além de procurar estar fundamentada na visão neotestamentária, a visão da igreja também está baseada na experiência de irmãos de hoje e do passado, procurando identificar suas falhas e seus acertos e, sobretudo, seguir a orientação do Espírito Santo em todas as coisas.
Você pode se perguntar: - mas se se trata de uma tentativa de viver a vida da igreja então pode haver falhas? A resposta é sim, pode haver, aliás como houve em toda a história da igreja. O fato de haver falhas, entretanto, não deve desencorajar-nos, mas levar-nos ao arrependimento e a busca da direção do Senhor. Leia as epístolas de Paulo. Quantas falhas o Apóstolo identificou? Diversas. A maior parte das epístolas trata de erros, propeços e orientações. Mas essas falhas também deram margem para que a revelação da vontade de Deus fosse escrita e enviada para as igrejas na forma de cartas. Veja o exemplo da igreja em Corinto. Na primeira epístola a essa igreja quantas falhas Paulo identificou? Mas quanta revelação há. Quando ele tratou da prostituição, por exemplo, também disse que AQUELE QUE SE UNE AO SENHOR É UM ESPÍRITO COM ELE! Puxa, que revelação maravilhosa! Somos um espírito com Deus! Não precisamos ficar clamando como no Velho Testamento: Senhor visite-nos! O Senhor já está em nós e além disso amalgamou-se no nosso espírito humano tornando-se um com Ele conosco! Isso é maravilhoso, mas essa revelação foi apresentada diante de um cenário tão negro e decadente: a prostituição no meio do povo de Deus.
Por isso não desanimamos, nem achamos que tenhamos alcançado a revelação final acerca da igreja. Absolutamente não. Nos assuntos intelectuais, é possível exaurir um assunto. Mas nos assuntos espirituais não é assim. Se o Senhor ainda é tão misterioso, age de forma tão inesperada, você acha que a igreja também não seria misteriosa. Esse mistério, entretanto, pode ser conhecido por todos nós se nos despojarmos de nossos conhecimentos teológicos formatados, e procuramos, diante do Senhor e no espírito, sua vontade para conosco, junto com os irmãos. Quando você menos esperar, verá a vida da igreja diante dos seus olhos. Da mesma forma, quando e se você voltar para suas velhas tradições, ou criar mecanismos ou fórmulas humanas para "manter" a vida da igreja e dar uma "ajudinha" ao Senhor, esse viver desaparecerá imediatamente; a alegria irá desaparecer, o sentimento de vida erá se esvair e tudo voltará ao que era antes: uma organização humana.
Caro leitor, se você busca fórmulas, cremos que está no lugar errado. Não há fórmulas ou receitas para viver a vida da igreja. A igreja só é possível ser vivida no espírito! Nâo há outro lugar em que ela possa ser vivida, gerada ou mantida. Portanto, ao comparar a igreja (orgânica) com a igreja institucional, gostaríamos que você entendesse que há somente uma igreja: a quela que a Bíblia trata, mostra seus méritos, seus erros e sua esperança. Não há dois ou mais tipos de igreja. Assim, entenda-se como orgânica, simples ou caseira a igreja tratada no Novo Testamento e a igreja chamada de institucional aquele ajuntamento criado e mantido pelos homens. O texto abaixo procura apenas registrar o que está sendo experimentado por irmãos espalhados pelo mundo inteiro. Por favor, não procure copiá-los, mas leve esse assunto diante do Senhor e tenha comunhão com outros irmãos. Certamente, você ganhará luz.
Embora não seja fácil descrever com exatidão o que seja uma igreja orgânica para alguém que não seja membro de uma, existem certas características que as distinguem. São elas:

A forma da igreja

A forma de uma igreja orgânica expressa a própria vida da igreja — tal como a forma do corpo humano expressa a vida do homem. As igrejas orgânicas não surgem a partir de estatutos, cargos e/ou de clérigos. Surgem de relacionamentos entre pessoas que amam a Jesus Cristo.

O clero

Não há clero nem ministro profissional nas igrejas orgânicas. Elas não reconhecem uma classe separada de clérigos para energizar os “leigos”. Nenhum cristão é leigo. Cristo energiza a todos e cada um energiza o outro.

A participação dos membros nas reuniões da igreja

As igrejas orgânicas permitem e encorajam todos os cristãos a funcionarem ativamente nas reuniões da igreja. Não apenas os “ministros” atuam privilegiadamente nos cultos. Todos os membros são sacerdotes ativos.

A idéia e visão de igreja

As pessoas nas igrejas orgânicas não associam “igreja” a um edifício-templo. Elas não vão à igreja – elas, juntas, são a igreja. Isto não é apenas uma teologia. Os membros experimentam isto de fato.

Os locais de reuniões

As reuniões ocorrem principalmente nos lares dos seus membros. Porém, onde estiverem dois ou três em nome de Jesus, ali é um local de reunião da igreja. Há também reuniões maiores com várias igrejas orgânicas juntas em outros locais maiores (sítios, auditórios etc.).

O que une a igreja

Os membros estão unidos unicamente em função de Cristo nas igrejas orgânicas. Não em função de um conjunto de tradições ou doutrinas.

O que sustenta a igreja

As igrejas orgânicas são sustentadas por relacionamentos construídos em Jesus Cristo. Não dependem de um prédio. Não há salário de clérigos. Os recursos financeiros são gastos com os pobres (principalmente os “entre vocês”) e na obra missionária.

O crescimento

Uma igreja orgânica cresce naturalmente por atrair pessoas. Não faz campanhas evangelísticas, embora seus membros evangelizem individualmente ou em pequenos grupos de dois ou três. Quando o número de pessoas se torna grande demais para caber num lar, elas simplesmente se dividem em duas. Esse tipo de crescimento é o mesmo observado em organismos vivos — suas células se multiplicam.

O foco principal

O foco de uma igreja orgânica está em possuir Jesus Cristo corporativamente, em uma comunidade face a face. Tudo mais surge a partir disto. Não está preocupada com a frequencia aos cultos, ou com os prédios da igreja, nem com orçamentos (elas não possuem os dois últimos).

O calendário anual

As igrejas orgânicas passam naturalmente pelas estações do ano. Não estão ligadas a calendários rituais.

Os dons espirituais

Nas igrejas orgânicas, os dons não são vistos como ofícios, mas sim como funções. Eles emergem naturalmente e organicamente, com o tempo. Eles crescem “do solo”, e as pessoas que recebem os dons de Deus não são intituladas, nem recebem mandatos.

O relacionamento entre os membros

Em uma igreja orgânica existe uma comunidade fortemente unida. Os membros são como uma família uns para os outros. Eles vivem uma vida compartilhada em Cristo. Eles se conhecem profundamente, compartilham refeições e não se veem apenas nos cultos da igreja.

A liderança

A liderança surge a partir do corpo. Plantadores de igreja equipam os santos no início da igreja, e presbíteros (quando surgem) supervisionam a igreja juntos.

A tomada de decisões

As decisões são tomadas por todos, em consenso. Não somente pelos ordenados ou por um conselho de ministros.

Os pastores ou presbíteros

O alvo é que exista mais de um pastor em cada igreja. A liderança é plural a partir de um grupo de presbíteros com no mínimo dois presbíteros. Os pastores, nas igrejas orgânicas, são aqueles membros que possuem dons de pastoreio e cuidam do rebanho. Não são ordenados, mas reconhecidos pelo seu amor, integridade, sabedoria e conhecimento bíblico.

A Igreja Institucional versus a Igreja Orgânica

Milhares de evangélicos e igrejas protestantes em todo o planeta dizem que “a Igreja é um organismo e não uma organização.” Infelizmente, para muitos esta expressão se tornou um mero chavão e muitas pessoas não têm a menor idéia do que isso quer realmente dizer na prática. Mas, afinal, como é uma comunidade que realmente vive e se expressa de forma orgânica? Neste artigo, Frank Viola fala a respeito de algumas diferenças entre uma igreja que opera de acordo com instintos e natureza orgânicos e uma igreja que opera como uma organização institucional (ou seja, uma igreja “organizada” ou “institucional”).

Antes de nos aprofundarmos nas diferenças entre uma Igreja orgânica e uma Igreja institucional, permita-me ressaltar que o termo “igreja orgânica” está na moda nos dias atuais. Tornou-se comum diferentes tipos de igrejas usarem o termo para se descreverem. O mesmo acontece com o termo “igreja missional”. Ambas as expressões são como barro, sendo moldadas pelos mais diversos autores de formas diferentes. As vezes, extremamente diferentes.

Dito isso, entendamos que a experiência do Corpo de Cristo é algo totalmente orgânico. Isso é, brota da vida, da vida de Deus, e não de métodos organizacionais humanos. Claramente, a Igreja que vemos no Novo Testamento era totalmente “orgânica”. Em outras palavras, nasceu e foi sustentada por meio de uma vida espiritual, ao invés de ser construída por estruturas humanas. Usarei uma ilustração: uma laranja criada em laboratório não seria orgânica. Mas se eu plantasse uma semente no solo e nascesse uma laranjeira, esta árvore seria orgânica.

Em suma, a diferença entre uma igreja organizada e uma igreja orgânica é tão grande quanto refrescar-se em frente a um ventilador e ir para fora em um dia fresco. É a mesma diferença entre a General Motors e uma horta.

Organização versus Organismo

Vejamos de forma mais específica as diferenças entre uma expressão orgânica de igreja e uma forma organizada (ou institucional) de igreja:

Na Igreja institucional, a forma precede a vida da igreja. A Igreja começa com clérigos, cargos, programas, rituais, etc. Já em uma expressão orgânica, a forma da Igreja deriva da vida Igreja, assim como a forma do corpo humano deriva da vida do ser humano.

A Igreja institucional se sustenta no ministério de um clérigo ou ministro profissional. Em uma expressão orgânica de Igreja, não há clérigos ou ministros.

Na Igreja institucional, o clero se empenha em entusiasmar os leigos. A Igreja orgânica não reconhece tal distinção de classes.

Na Igreja institucional, certas funções estão limitadas aos “ordenados”. A Igreja orgânica reconhece todos os membros como sacerdotes atuantes.

Na Igreja institucional, seus congregantes são mantidos passivos durante o culto de domingo. Na Igreja orgânica, todos os membros são encorajados a participar nas reuniões da Igreja.

Na Igreja institucional, os membros associam a Igreja a um prédio, uma denominação ou um culto (normalmente no domingo). Na Igreja orgânica, enfatiza-se que as pessoas não vão à Igreja. Elas (juntas) são a Igreja. Essa não é uma mera afirmação “teologicamente correta”. É a experiência de seus membros.

A Igreja institucional é unida em torno de um conjunto de costumes e doutrinas. A Igreja orgânica é unida em torno de Jesus Cristo. Não há nenhum outro critério para a comunhão.

A Igreja institucional é sustentada por programas. A Igreja orgânica se sustenta nas relações construídas em Jesus Cristo.

A Igreja institucional depende de finanças para sobreviver – seus gastos principais são com a manutenção de prédios e cargos assalariados. A Igreja orgânica não depende de edifícios. Não há clérigos assalariados. Os recursos financeiros são gastos com “os pobres entre vós” e em obras extra-locais.

Na Igreja institucional, a liderança é hierárquica. Na igreja orgânica, a liderança emana do Corpo. No início, apóstolos 1 equipam a Igreja e, posteriormente, presbíteros emergem para juntos supervisionarem a comunidade.

Na Igreja institucional, as decisões são feitas por clérigos ou por uma junta de representantes eleitos. Na Igreja orgânica, decisões são tomadas coletivamente, em consenso.

Na Igreja institucional, o pastor é o líder e ministro da Igreja. Na Igreja orgânica, há uma pluralidade de pastores. Eles são homens dotados para cuidar do rebanho.

Na Igreja institucional, há uma forte ênfase na frequência dos cultos de domingo, na manutenção do edifício e no aumento das finanças. Na Igreja orgânica, a ênfase é buscar o Senhor Jesus Cristo coletivamente, em comunhão “cara a cara”. Todas as outras coisas nascem a partir desta experiência.

A Igreja institucional faz essencialmente a mesma coisa semana após semana, mês após mês, ano após ano – está atada a um ritual. A Igreja orgânica passa por fases. Não está atada a um ritual.

Na Igreja institucional, dons são vistos como cargos. Pessoas são colocadas nestes cargos desde o princípio. Na Igreja orgânica, dons não são vistos como cargos, e sim como funções. Eles emergem natural e organicamente com o tempo. Eles brotam da terra, e normalmente não carregam títulos.

Na Igreja institucional, é típico que os membros não se conheçam muito bem, e se vejam apenas semanalmente nos cultos da igreja. A Igreja orgânica é sedimentada na comunhão. Os membros são como uma família uns para os outros. Eles vivem uma vida compartilhada em Cristo.

Extraído e adaptado do artigo “Organizational vs. Organic” (por Frank Viola) na Revista Neue, Novembro 2009. O artigo original pode ser lido na íntegra aqui.

Tradução: Pão & Vinho.

De qual Igreja você é? Excelente Conversação! (Fictícia)

Sempre somos confrontados com uma Pergunta, que na realidade gera uma "Avalanche" de outras mais. Temos que respondê-las quase que diariamente, mostrando qual o Fundamento da nossa fé. Perdemos hoje mais tempo explicando o que não é Evangelho do que o que realmente é O Evangelho de Cristo(Infelizmente).
Este Artigo traz uma Excelente Conversação(Fictícia) Produzida pelo Ir. Solimar entre um Cristão DENOMINACIONALISTA e outro que deixou o Sistema Religioso. São abordadas Várias Perguntas tais como:
"De qual Igreja ou Denominação você é?"
"Você Congrega onde?"
"Isso é Ecumenismo?"
"Onde Fica a Liderança? Os Títulos?"
"Onde está a Hierarquia na Igreja?"
Entre outros...
Vale à Pena Conferir!


- Você é crente?

- Sim, graças ao Senhor.

- Que bom! Eu também. De que igreja você é?

- Bom, deixe-me pensar... Irmão, eu sou da única igreja que existe?

- Como assim? Não entendi!

- Quantas igrejas você acha existam?

- Centenas, talvez milhares!

- Eu acredito que não seja bem assim!

- Como não!?, só no meu bairro existem seis!

- Quantas noivas O Senhor Jesus tem?

- Uma só!

- E quantos corpos Cristo tem?

- Um também

- Pois é! A Bíblia nos deixa bem claro em Colossenses 1:18 e 1;24 que a Igreja é o Corpo de Cristo. E o próprio Cristo e a cabeça.

- Irmão, eu só te perguntei de que igreja você é! Se você é da igreja batista, da Assembleia de Deus, da adventista...

- Então irmão, na verdade você não me perguntou de que igreja eu sou e sim, de que denominação eu sou.

- Ah! tô começando a entender. Vou te perguntar de novo: de que denominação você é?

- De qual denominação a Bíblia me orienta ser?

- Me parece que a bíblia não diz nada sobre isso.

- Já parou pra pensar se você fizesse esta mesma pergunta para algum dos Apóstolos de Jesus, naquela época? O que será que apostolo João te responderia? Será que era João da igreja Metodista? E Pedro, será que ele era da “Deus é amor”?

- Irmão, isso chega a ser engraçado, né? Nunca tinha pensado nisso.

- Certamente, eles não entenderiam sua pergunta.

- É, eles não entenderiam mesmo, naquela época não era como agora.

- Não era mesmo irmão! E você acha que quem está errado: os cristão daquela época, que não tinham denominações ou os de hoje.

- Acredito que se alguém está errado somos nós. Mas o que você quer dizer com isso irmão.

- Quero dizer que não pertenço a nenhuma denominação.

- Ah! Você não tem igreja! né.

- Irmão! Eu sou parte da Igreja do Senhor, o que não tenho é denominação!

- Você não tem denominação, mas é parte da Igreja! Me explica isso melhor.

- É o seguinte...denominação é algo totalmente diferente da Igreja. A igreja é composta por todo aquele, que creu no Senhor Jesus, que O recebeu como Senhor e Salvador, como diz no evangelho de João 1:12.

- Sim... fale mais.

- Em 1Corintios 12:12 nos diz:“Porque, assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, constituem um só corpo, assim também com respeito a Cristo.” Viu? Apesar de haver vários membros há apenas um Corpo. E já vimos em Colossenses que a Igreja é o Corpo de Cristo. E para não restar duvidas no verso 27 diz: “Ora, vós sois corpo de Cristo; e, individualmente, membros desse corpo.” Isso quer dizer juntos, todos os irmãos, formam o Corpo de Cristo. E individualmente cada um é apenas um membro.

- Mas você precisar de um lugar para congregar, ter um nome de referencia. Lembra de Hebreus 10:25 ? “Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima.”

- Sim irmão. A palavra do Senhor é para ser cumprida, mas não preciso de uma denominação para cumpri-la, os primeiros cristãos não tinha denominações e certamente cumpriam bem mais as escritura que nós. Eu preciso da Igreja, eu preciso congregar, eu preciso da comunhão dos demais irmãos, o que eu não preciso é de uma denominação, de uma instituição religiosa.

- Me fale qual a diferença entre denominação e igreja.

- A Igreja é todo o povo de Deus, ela é composta por todos aqueles que nasceram de novo, por todos aqueles que são uma nova criatura em Cristo Jesus. A Igreja não tem fronteiras, a igreja não tem nacionalidade. Denominação é uma instituição, que assim como um empresa possui um CNPJ, um estatuto...A igreja não tem CNPJ e seu estatuto é a bíblia. Uma denominação tem uma data de fundação e pode ter uma data de extinção. A Igreja foi fundada a mais de 2000 anos lá na cruz do calvário e seus membros estão arrolados nos céus(Hebreus 12:23).

- Mas onde fica o templo nessa história? Você precisa ter um lugar para congregar.

- Irmão primeiramente, em toda a bíblia existiu apenas um templo e era em Jerusalém, construído por Salomão. Templo é algo da antiga aliança. Hoje, no novo testamento não existe templo.

- Então não existe um lugar que devemos adorar a Deus?

- Esta era a mesma duvida que uma certa mulher samaritana tinha. Ela queria saber onde se deveria adora a Deus: se no monte onde Jacó adorou ou em Jerusalém. Jesus respondeu a ela: “Mulher, podes crer-me que a hora vem, quando nem neste monte, nem em Jerusalém adorareis o Pai... Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores. Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade.” (João 4:21-24 RA). Você não acha que estas palavras de Jesus são para ser levadas a serio?

- Então é errado ter um lugar para reunir?

- Irmão não é errado que os irmãos tenham um local para reuniões, mas uma coisa deve ficar bem clara, este local nada tem de especial, não é um lugar sagrado, e eu não preciso ter um vinculo com ele, meu vinculo tem que ser com os membros do Corpo de Cristo, não com um local físico. A Igreja do Senhor é feita de pedras vivas, não com cimento e tijolos. Como o apostolo Pedro diz: “também vós mesmos, como pedras que vivem, sois edificados casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo.” (1 Pedro 2:5 RA)

- Mas não está certo esse negócio de se reunir em casa. eu já houvi falar de pessoa que não vão a igreja, ou melhor dizendo não vão ao templo....quer dizer, não vão na casa de oração.

- Irmão você tem que dizer isso para quem escreveu a bíblia, lá aparece varias menções de igrejas nas casas. Filemom 2, Romanos 16:5, Colossenses 4:15. E mais em Atos nos diz: “Entretanto, não habita o Altíssimo em casas feitas por mãos humanas; como diz o profeta: O céu é o meu trono, e a terra, o estrado dos meus pés; que casa me edificareis, diz o Senhor, ou qual é o lugar do meu repouso? Não foi, porventura, a minha mão que fez todas estas coisas?” (Atos 7:48-50 RA)

- Irmão entendi o que você falou, mas não vejo problemas em continuar em uma denominação. Estou servido a Deus fazendo o melhor que eu posso.

- Irmão, não tenho duvidas que você ama a Deus. E além do mais você é parte de mim. Você creu no Senhor Jesus e o Espirito Santo passou a habitar em ti. O mesmo Espirito que habita em ti habita em mim, somos irmão. Mas tenho que te dizer que o denominacionalismo não glorifica a Deus. O denominacionalismo é divisão do Corpo de Cristo. "Está Cristo dividido? foi Paulo crucificado por vós? ou fostes vós batizados em nome de Paulo?" (I Coríntios 1 : 13). O povo de Deus tem ser um para que o mundo creia, em João 17: 20-21 diz: “Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra; a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste.” (João 17:20-21 RA)

- O que é isso que você chama de denominacionalismo? Não vejo problema em se adotar um nome.

- Denominacionalismo é o ato de se dividir do restante do Corpo de Cristo, formando um grupo sob o emblema de uma doutrina(falsa ou verdadeira), de uma pessoa, de uma pratica, etc. Cremos no batismo, mas nem por isso devemos nos denominarmos batistas”. Cremos que há presbíteros no Corpo de Cristo, mas nem por isso devemos nos denominarmos “presbiterianos”. Cremos nos dons(do grego charismas), nem por isso devemos nos denominarmos “carismáticos”. Cremos no pentecoste, mas nem por isso devemos nos denominarmos “pentecostais”. Cremos que Martinho Lutero foi um grande servo de Deus, mas nem por isso devemos nos denominarmos “Luteranos”. Cremos nos métodos de Deus, mas nem por isso devemos nos denominarmos “Metodistas”. Cremos no advento(vinda) do Senhor Jesus, mas nem por isso devemos nos denominarmos “adventistas”. Não ousamos colocar sobre nós qualquer nome que não possa ser usado por todos os filhos de Deus.

- Isso tá me cheirando ecumenismo! Olha irmão, esse negócio de ecumenismo é coisa do diabo! Num entrar nessa não!

- Irmão isso não tem nada haver com ecumenismo. O ecumenismo prega a união de todas as religiões. Eu estou falando da união do Corpo de Cristo, ou seja a união de todos osverdadeiros filhos de Deus. Eu estou falando da união da família de Deus. Ou você acha que a família de Deus tem que estar dividida? Irmão não deve existir divisão no Corpo de Cristo. Paulo nos diz: “para que não haja divisão no corpo; pelo contrário, cooperem os membros, com igual cuidado, em favor uns dos outros.” (1 Coríntios 12:25 RA)

- Mas isso parece ecumenismo!

- Irmão, ecumenismo é a união de instituições religiosas. Eu estou falando da unidade do Corpo de Cristo.

- Você é daqueles que acredita que todos os caminhos conduzem a Deus?

- Não irmão, há apenas um caminho. Jesus disse: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.” (João 14:6 RA). “E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos.” (Atos 4:12 RA). Salvação só em Jesus Cristo, ele é o único caminho.

- Irmão, como seria todos os irmãos vivendo juntos, cada um com suas doutrinas, cada um com seu pensamento? Não seria uma grande babel.

- Irmão babel é o que vemos hoje, milhares de denominações, dividindo o Corpo de Cristo. Isto realmente é uma babel

- Irmão, isto me fez lembrar daquela passagem: “Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado.” (1 João 1:7 RA). Lembrei também daquele:“Ainda tenho outras ovelhas, não deste aprisco; a mim me convém conduzi-las; elas ouvirão a minha voz; então, haveráum rebanho e um pastor.” (João 10:16 RA). Realmente seria muito maravilhoso se todo o povo de Deus fosse na pratica um só rebanho, mas acredito que seja tão difícil. Acredito que seja uma utopia.

- Irmão você não pode dizer que a palavra de Deus seja utopia. O Nosso Deus é o Deus do impossível. Se ele deseja que seu povo seja UM, devemos também desejar isso, a despeito de qualquer dificuldade por maiores que sejam. Lembre-se sem fé é impossível agradar a Deus(Hebreus 11:16)

- É verdade irmão, estou começando a concordar com você. Mas se não há denominação, se não há uma instituição religiosa,como fica a liderança?

- Irmão, me diga como era a liderança na igreja primitiva? Eles não tinham denominações e não pertenciam a nenhuma instituição religiosa.

- Irmão, eu creio que naquela época a liderança era exercida pelos cristãos mais maduros que naturalmente tomavam a posição de seguir na frente enquanto os cristãos mais novos seguiam seu exemplo.

- Pronto irmão, você mesmo respondeu sua pergunta!Mas vale dizer que a autoridade no mundo é diferente da autoridade na igreja. No mundo a autoridade é posicional, ou seja, não importa quem você é, se você está em determinada posição você tem autoridade. Por exemplo: não importa se você é um alcoólatra, se você mente, se você é mau esposo, um mau pai, mas se você ocupa o cargo de capitão do Exército, você tem a autoridade que essa posição lhe confere. Na igreja é totalmente diferente. O importante é quem você é, se você tem uma vida consagrada, se tem um testemunho irrepreensível, se você é um obreiro que maneje bem a palavra de Deus, então naturalmente haverá pessoas que te procurarão em busca de ajuda e se submeterão a vida de Deus que há em ti.

- Mas a bíblia não fala de presbíteros?

- Sim. A palavra presbítero significa ancião, Na bíblia a liderança de uma igreja local era exercida pelos presbíteros, ou seja pelos irmãos mais maduros naquela localidade. E essa liderança era sempre plural. Em 1Tm 3:1-7 e Tt 1:5-9 vemos como deveriam ser estes homens.

- Mas hoje irmão, a gente que faz parte de uma igreja, ou melhor dizendo de uma instituição religiosa temos que nos submeter a pessoas que nem conhecemos. Lá na minha congregação mesmo, frequentemente há a troca de pastor e as vezes vem pessoas de outras cidade para assumir o cargo.

- Pois é irmão! Na bíblia não vemos tal coisa. Lembra daquela conversa que Paulo teve com os presbíteros de Éfeso em Atos 20, porque aqueles homens acataram e se submeteram as palavras de Paulo? Foi porque eles conheciam pessoalmente a Paulo, eles conviveram com Paulo e viram sua consagração à obra de Deus. A primeira coisa que Paulo faz ao falar com os presbíteros de Éfeso é invocar o seu testemunho dizendo a eles: “Vós bem sabeis como foi que me conduzi entre vós em todo o tempo, desde o primeiro dia em que entrei na Ásia,” (Atos 20:18 RA). Eles conheciam Paulo muito bem.

- Realmente! Irmão como eu nunca tinha visto isso!?

- Irmão e por outros lado o próprio Senhor Jesus proibiu o uso de títulos na igreja, o Senhor disse que somos todos irmãos.

- O Senhor proibiu o uso de títulos?

- Sim irmão.

- Me mostra isso!

- Olha só irmão: “Vós, porém, não sereis chamados mestres, porque um só é vosso Mestre, e vós todos sois irmãos. A ninguém sobre a terra chameis vosso pai; porque só um é vosso Pai, aquele que está nos céus. Nem sereis chamados guias, porque um só é vosso Guia, o Cristo. Mas o maior dentre vós será vosso servo. Quem a si mesmo se exaltar será humilhado; e quem a si mesmo se humilhar será exaltado.” (Mateus 23:8-12 RA)

- Irmão isso é demais para mim! Primeiro você me diz que não tem denominação, depois que a Igreja é o Corpo de Cristo, depois que denominação é divisão do Corpo de Cristo, depois que não existe templo novo testamento, depois que liderança no Corpo de Cristo não é posicional, agora você vem me dizer que Jesus proibiu o uso de títulos?

- É irmão! E tem mais Jesus também proibiu hierarquia no meio de seu povo.

- O quê?

- É isso que você ouviu, Jesus proibiu hierarquia no meio de seu povo .

- Vai lá, eu sou forte, me mostra mais essa.

- Pois bem, vamos ler mais um pouco das palavras de Jesus:“Então, Jesus, chamando-os, disse: Sabeis que os governadores dos povos os dominam e que os maiorais exercem autoridade sobre eles. Não é assim entre vós; pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva; e quem quiser ser o primeiro entre vós será vosso servo; tal como o Filho do Homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.” (Mateus 20:25-28 RA)

- Ufa! irmão é muita coisa pra um dia só. Mas...a palavra não fala de pastor, diáconos? Isso não são títulos? E se tudo é realmente assim onde fica os dízimos nessa historia? E se não há um lugar como os irmãos vão se encontrar? E se alguém pecar como é a disciplina? E se...

- Calma irmão! Não tenho como te explicar tudo isso de uma só vez, mas creio que se tivermos o coração disposto a aprender do Senhor, se deixarmos de lado os nosso conceitos pré-concebidos, o Senhor falara grandiosamente conosco desvendando os seus caminhos para nós, como diz as escrituras : “Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.” (Provérbios 4:18 RA).

- Irmão, muito coisa do que você falou é verdade, mas tem algumas coisas que não concordo e outras vou ter que examinar melhor.

- Amém irmão! A palavra nos diz:“julgai todas as coisas, retende o que é bom;” (1 Ts 5:21 RA).

- É verdade irmão temos que ser como os de Bereia. “Ora, estes de Beréia eram mais nobres que os de Tessalônica; pois receberam a palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as coisas eram, de fato, assim.” (Atos 17:11 RA)

- É isso aí irmão!

- Irmão foi bom te conhecer. Foi boa esta conversa. Mas preciso ir. Mas tenha certeza que voltaremos a conversar sobre isso.

- Calma irmão! Você não pode sair daqui sem oramos

- Orar?

- Sim!

- Então vamos lá.

- Senhor te agradeço por ter conhecido mais um membro do teu Corpo, Te agradeço também pela comunhão que tivemos. Senhor nos leve a te conhecer cada vez mais, nos leve a te amarmos mais hoje do que amamos ontem. Peço que Senhor abençoe este meu irmão, dando da tua graça e conduzindo os seus passos.

- Senhor obrigado porque tu sempre nos surpreende. Obrigado porque quando pensamos que chegamos ao fim tu nos mostra um horizonte mais adiante. Quão insondáveis são os teus caminhos. Quebra todo sofisma que reside em nossas mentes. Amém!

- Amém!

- A Paz do Senhor irmão!

- Graça e Paz!


[Veja também:] Resposta às Objeções contra a Liderança nas Igrejas nos Lares
Dízimos & Salários Clericais - NeoTestamentários?
O Paradigma do "Templo"


Autor: Solimar Silva e Silva

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Como Ter Reuniões Participativas em Igrejas nas Casas (Frank. A. Viola)



(Capítulo 45 do livro ‘Nexus: O Leitor do Movimento Mundial de Igrejas nas Casas’. Rad Zdero, Ed., William Carey Library, 2007, disponibilizado gratuitamente, em Inglês, no site wwwptmin.org.)

Neste capítulo, iremos explorar como se ter reuniões participativas de compartilhamento de vidas, em igrejas nas casas. A teologia, o mérito bíblico e os benefícios espirituais do estilo de reuniões abertas da igreja do primeiro século foram discutidos em outro trabalho[1]. A evolução de quando e onde as reuniões abertas da igreja foram extintas na história da igreja, e como o expectador domingueiro, tipo “liturgia fixa”, as substituiu também foram examinadas, em detalhe, em outro trabalho[2]. Aqui, ao invés disso, iremos olhar para o tema de modo muito prático. O que se segue é o que eu tenho descoberto ao longo de dezoito anos de participação em reuniões de igrejas nas casas. Este capítulo é intencionado a ajudar as novas igrejas nas casas a aprender como funcionar como uma comunidade de crentes sem o pastor típico tradicional ou ordem de culto pré-planejada[3]. O intuito é equipar qualquer um a participar, compartilhar, e usar seus dons espirituais nas reuniões.

CULTOS DE IGREJAS TRADICIONAIS x REUNIÕES DE IGREJAS NAS CASAS

Vamos iniciar dizendo algumas palavras sobre a linguagem que temos sido condicionados a usar. Vai demorar um certo tempo para que uma igreja nas casas remova esses conceitos de seu modo de pensar e ajuste o seu vocabulário. Existem duas frases que nós iremos extinguir para sempre do nosso vocabulário. Elas são: ‘culto da igreja’[4] e ‘ir à igreja’. Primeiro, ‘culto’ pertence a instituições. Cultos são ritualísticos, cerimônias baseadas em performances. Os cristãos primitivos nunca tiveram ‘cultos’, onde alguns poucos ativos atuam para uma audiência passiva. Ao invés disso, eles tinham ‘reuniões’ espontâneas, interativas e guiadas pelo Espírito Santo. ‘Reunião’ é a palavra empregada ao longo do Novo Testamento quando os cristãos estavam juntos para demonstrar Cristo[5]. Segundo, nós não estamos mais ‘indo à igreja’. A igreja ou ekklesia é o Corpo de Cristo que se reúne em assembléia. Não é um lugar para ir. Não é um edifício. Estamos indo a uma reunião e somos parte da igreja.

ASPECTOS PRÁTICOS DE INSTALAR UMA IGREJA EM CASA

Vamos agora nos mover para os preparativos básicos para instalar uma igreja em casa. Alguns desses itens serão óbvios, enquanto outros não. Essas sugestões intencionam criar uma atmosfera propícia para se ter uma reunião participativa com um mínimo de distração.

Encontre Uma Casa Hospedeira

Naturalmente, a pessoa que possui a maior sala de visitas desejará receber a igreja em sua casa. Porém, se a pessoa morar a 70 Km de distância dos demais, isto não irá funcionar. É importante encontrar uma casa que seja central com relação a onde a maioria do grupo mora. É importante deixar claro que a pessoa ou casal que hospeda a igreja não é dona da igreja e não necessariamente é (ou são) o líder (ou os líderes) do grupo. Entretanto, os donos da casa têm certas prerrogativas para regulamentar certas coisas, tais como tipo de sapatos a serem usados na casa, estacionamento, quartos que não podem ser usados etc. E é importante que o resto do grupo respeite essas regras. Se existem mais de uma pessoa (ou casal) querendo hospedar a igreja, o grupo pode fazer um rodízio.

Decida sobre o Tempo e a Freqüência das Reuniões

Primeiro, sugere-se que a igreja se reúna pelo menos uma vez por semana. Todos do grupo devem participar da decisão sobre a freqüência e o tempo das reuniões, de modo que todos possam estar disponíveis durante algumas horas. O grupo pode rever essas questões periodicamente devido a fatores tais como o seu aumento ou ao cuidado com as crianças.
Segundo, respeite o tempo de início e fim das reuniões, ou do contrário, as pessoas não irão participar mais das reuniões. As igrejas institucionais podem seguir mesmo com pessoas atrasadas. Com as igrejas nas casas não é assim. Reuniões participativas e abertas requerem que todos sejam pontuais. Se as reuniões sempre começarem no horário, mesmo com poucas pessoas, isso provocará uma mudança de hábito naqueles que costumam chegar atrasado. Mas, se o grupo sempre espera por todo mundo, as pessoas terão a idéia de que chegar atrasado é aceitável na igreja.


Terceiro, anuncie o local e o horário da próxima reunião. Para as igrejas nas casas que fazem rodízio, se o local e o horário não for anunciado, as pessoas não aparecerão. A melhor hora para fazer este anúncio é no final da reunião, com todo mundo presente. As igrejas que não fazem rodízio, obviamente não precisam se preocupar com este fator.

Temperatura, Iluminação e Barulho

Esteja ciente de que quando o grupo chegar, a temperatura vai aumentar devido ao calor humano e alguns arranjos precisarão ser feitos. Também esteja consciente sobre a requerida iluminação adequada para leitura das Escrituras ou assistir a um vídeo. Adicionalmente, os donos da casa devem garantir que nenhum barulho distraia e atrapalhe a reunião. É também uma boa idéia que os participantes desliguem seus celulares ou os coloquem no modo vibratório.

Disponha as Cadeiras de Modo a Promover o Compartilhar Aberto

Ao invés de arranjar as cadeiras em filas, elas devem ser arranjadas em círculos ou retângulos, pois convidará a comunicação face-a-face e aproximará as pessoas. Aqueles que gostam de se sentar no chão, podem se acomodar no meio das cadeiras, sentando-se em almofadas ou em banquinhos.

Vista-se Informalmente

Vista-se modestamente, mas informalmente para as reuniões de igrejas nas casas. Programas ritualísticos, onde alguém assiste, ouve e é minimamente envolvido não devem caracterizar as reuniões. Estamos saindo da igreja de expectadores. Estamos aprendendo a participar de reuniões interativas e informais do povo de Deus. Vestindo-se como nos vestimos em nossos lares proporcionará a atmosfera autêntica para o grupo.

Todos devem Limpar

Se uma pessoa está hospedando a igreja em sua casa, a limpeza não deve recair exclusivamente sobre suas costas. Ao invés disso, o resto do grupo deve se envolver na limpeza e arrumação dos ambientes e aparelhos utilizados. Todos podem participar juntos, ou pode ser feito um rodízio de equipes a cada reunião. Isto pode incluir guardar as cadeiras, aspirar os tapetes, varrer o chão, limpar a cozinha etc.

Receba Bem os Visitantes

Se a igreja na casa tem visitantes, alguém do grupo deve lhes pedir para dizerem quem são, de onde vêm e o que os trouxe à reunião. É também encorajado que as igrejas nas casas acompanhem os seus visitantes. Alguém deve lhes dar as boas vindas no final da reunião e pegar suas informações de contato. Telefone para eles durante a semana. Pergunte-lhes se gostaram da reunião e convide-os a voltar. É essencial que não somente você faça com que os visitantes se sintam bem recebidos, mas também necessários e queridos. Senão você estará sendo guiado a ser um grupo do tipo ‘nós quatro e ninguém mais’. Igrejas nas casas que sofrem dessa doença perdem mais membros do que o que ganham.

O QUE FAZER EM UMA REUNIÃO PARTICIPATIVA

É sugerido que o conteúdo das reuniões participativas das igrejas nas casas contenha sete elementos chave: cânticos, compartilhar, comer, brincar, orar, manusear as Escrituras e exercer os dons espirituais de cada um. Cada elemento não tem que estar presente em cada reunião. Ao invés disso, o objetivo é que cada elemento encontre seu lugar nas reuniões de modo natural, interativo e participativo, na medida em que a igreja na casa aprenda a permitir que o Espírito Santo dirija as reuniões.

Cantem Juntos

Aprendam a cantar como um grupo corporativo de crentes. Pode ser útil nos primeiros meses de uma igreja nas casas que as pessoas aprendam a cantar como o Corpo de Cristo, sem um líder de louvor, diretor de música, ordem pré-planejada de canções, nem instrumentos musicais. Ao invés disso, aprenda a cantar acapella. Por quê? Porque durante séculos nós cristãos temos sido condicionados a deixar que instrumentos controlem nosso canto. Nós sentamos e esperamos que um instrumento nos diga quando começar e quando parar. Um líder de louvor pode, na verdade, distrair o canto corporativo. Removendo instrumentos e cantando acapella, estamos vencendo e devolvendo o canto para as mãos de todo o povo de Deus! Quando a igreja na casa se apropriar de seu canto sem um líder de louvor, então os instrumentos musicais podem ser reintroduzidos sem inibir o funcionamento do Corpo de Cristo. Os instrumentistas deveriam aprender a seguir o canto, ao invés de liderá-lo. Os musicistas poderiam considerar a possibilidade de que o Senhor deseje que eles deixem seus talentos na sua cruz por uma temporada de modo que seu povo possa despertar para o seu chamado de cantar corporativamente. A meta é que você aprenda a cantar como Corpo de Cristo sem a dependência de um líder de louvor, apesar de que eles possam agir beneficamente mais tarde.

Compartilhem Juntos

Um aspecto importante de se reunir juntos é aprender como compartilhar nossos pensamentos, sentimentos, idéias, preocupações e vitórias prontamente uns com os outros. O que se segue é uma série de exercícios que uma igreja nas casas pode tentar. Os exercícios a seguir podem ser temporariamente usados para, por exemplo, os seis primeiros meses de uma igreja nas casas e não devem nunca se tornar uma liturgia rígida para as reuniões, por longo tempo. O objetivo é usá-los até que a igreja fique acostumada a compartilhar naturalmente e facilmente uns com os outros. Depois disso, eles podem ser dispensados.



Exercício1 – compartilhe um ensinamento. De acordo com o Novo Testamento, as igrejas eram plantadas com a pregação de Jesus Cristo. Elas tipicamente foram fundadas pela pregação da Palavra de Deus por um plantador de igrejas. A palavra de Cristo possui um incrível poder de formar comunidade que não pode ser explicado racionalmente. No começo, é melhor convidar um plantador de igrejas para que compartilhe as riquezas de Cristo com a nova igreja nas casas. Este era o padrão do Novo Testamento[6]. Se isto não for possível, usem algumas boas ‘Cristocentricas’ gravações, CDs, DVDs, ou livros que o grupo concorde. A cada reunião, ouçam, assistam ou leiam o material. Compartilhem uns com os outros o que você recebeu da mensagem. Procurem não levantar questões teológicas complexas. Ao invés disso, compartilhe o que foi ministrado a você, o que lhe tocou, o que lhe perturbou ou o que você descobriu ou percebeu sobre o Senhor e sua igreja.
Exercício 2 – compartilhe sua história. A cada reunião, alguns podem contar suas histórias. Pode ser a história de sua vida, seu testemunho de como chegou a Cristo, a história de sua vida cristã até o dia de hoje, suas aspirações pessoais, ou o que lhe motivou a se reunir com esse grupo de crentes. Seja criativo se quiser. Inclua canções, poemas, fotografias, slides, vídeo-clipes ou qualquer outra coisa que quiser e que lhe ajude a comunicar sua história. No começo de uma igreja nas casas não é muito sábio contar detalhes desnecessários extremamente pessoais do seu passado. Use o seu discernimento. Façam isso toda semana até que todos tenham contado sua história.
Exercício 3 – compartilhe uma canção. A cada semana, algumas pessoas podem compartilhar uma canção que tem valor especial para elas. A canção pode ser de um artista cristão ou não. Eles vão compartilhar como viram o Senhor por meio da canção. Eles podem tocar a canção ou cantá-la (ou ambos) para o grupo. Eles terão o tempo que for necessário para falar como a letra ou a música tem valor especial para eles. Sendo mais claro, como a música ministrou a Cristo para eles? O compartilhar vai abrir interação e participação para o grupo. Cada um do grupo é então encorajado a comentar sobre a canção escolhida por cada pessoa e dizer o como foram ministrados por ela.
Exercício 4 – compartilhe uma passagem das Escrituras. A cada semana, algumas pessoas podem compartilhar suas passagens preferidas da Bíblia. Eles irão explicar o que entenderam da passagem. Eles irão então encorajar o grupo dizendo o motivo pelo qual aquela passagem tem especial significado para o grupo. O compartilhar será aberto para a participação e interação do grupo. Neste ponto, devemos nos afastar de debates teológicos complexos. O compartilhar deve ser pessoal e ‘do coração’.



Comam Juntos

Este é um pilar sobre o qual a vida do Corpo é construída. Comam uma refeição antes ou depois do tempo de compartilhar. Se comerem antes, algumas pessoas terão dificuldades de manter seus olhos abertos durante o compartilhar. Por outro lado, comer antes do compartilhar permite a socialização logo no início da reunião. A família hospedeira pode preparar a refeição, ou cada um pode trazer algo. Se houver pessoas bastante pobres no grupo que não possam cooperar trazendo comida, peça-lhes que ajude a preparar a refeição para o grupo. Encoraje-os a contribuir de alguma forma ao invés de chegarem sempre de mãos vazias. Comer é uma atividade familiar. Isto ajuda a construir solidariedade entre os membros da família. As pessoas se sentem mais livres e menos inibidas a compartilhar suas vidas e pensamentos durante as refeições. Existe um elemento misterioso que une as pessoas de um modo incomum. Por esta razão, os cristãos primitivos comiam juntos freqüentemente. Eles se viam como a casa ou a família de Deus.

Brinquem juntos

Fazer das brincadeiras uma parte da vida da igreja é um ingrediente importante para o sucesso. Uma coisa importante que podemos aprender é como não ser religiosos ou sérios demais. Estamos aprendendo a ser autênticos uns com os outros e como cultivar um sentimento de segurança uns com os outros. Estamos também aprendendo a mudar anos de uma mentalidade tradicional. Geralmente quando cristãos se reúnem como igreja é extremamente difícil para eles ser outra coisa a não ser sérios e formais. Nós nos escondemos atrás de uma máscara. Nosso vocabulário, nossa maneira de falar e nossas orações todos mudam quando nos reunimos como igreja. A igreja primitiva nasceu numa atmosfera de informalidade. O Corpo de Cristo respira o ar da informalidade. Ele evita o ritualismo, legalismo, profissionalismo e religiosidade. Aprendendo a conhecer um ao outro numa atmosfera informal e não religiosa, estamos provendo um ventre para que uma vida autêntica possa nascer. Religiosidade não é espiritualidade. A primeira traz morte para um grupo de cristãos. Então aprendam a, apropriadamente, se divertirem, contar piadas, estórias, e brincar com as crianças do grupo.

Orem Juntos

No começo de uma igreja nas casas, é recomendável que a oração venha devagar e naturalmente. Muitas pessoas aprenderam pobres hábitos de oração. Conseqüentemente, é vital que descubramos os fundamentos da oração[7]. Não queremos trazer para a experiência da nova igreja nas casas os velhos modelos tradicionais de oração que são contraprodutivos, sem vida, e artificiais. Vamos descobrir a oração nova e fresca.

Manuseiem as Escrituras Juntos

Outro aspecto da vida de um Corpo saudável é aprender como descobrir e aplicar a mensagem da Bíblia de um modo vivo. A mensagem da Bíblia é Jesus Cristo[8]. Os Crentes podem descobrir como conhecer a Cristo por meio do manuseio coletivo das Escrituras. Infelizmente muitos cristãos têm aprendido a ler a Bíblia de um único modo, de uma perspectiva racionalista. Isto tem causado muita divisão e contenda no Corpo de Cristo. Usar as Escrituras pode produzir tanto morte quanto vida. Isto pode revelar Jesus Cristo ou pode dar informação de morte. O uso das Escrituras deveria ser principalmente devocional. Aprenda a usar isto como um veículo para descobrir o Senhor. Em muitas das igrejas nas casas de hoje, isto acontecerá naturalmente, na medida em que alguém compartilha espontaneamente com o grupo o que tem aprendido nas Escrituras sobre o Senhor. Ocasionalmente pode ser que alguém no grupo tenha o dom do ensino (ou dom de mestre) e irá providenciar alguns insights da Bíblia de modo direto, de tempos em tempos. Em todo caso, a reunião de uma igreja nas casas deve ser bastante flexível para que muita discussão responsiva e interativa possa ocorrer entre os presentes. Mantenha o foco em Jesus Cristo e procure descobri-lo nas Escrituras. Este é o segredo para encontrar vida e crescente união no uso da Bíblia.

Liberem os Dons Espirituais

Alguns lembretes finais podem ser ditos aqui sobre dons espirituais (Gr. Charismata). A igreja primitiva reconhecia que cada crente possui uma habilidade ou capacidade que eles tinham o privilégio e a responsabilidade de trazer para as reuniões da igreja[9]. Somando aos que já foram discutidos anteriormente, eles incluíam algumas coisas mais dramáticas como revelações sobrenaturais, profecias, palavras de sabedoria, palavras de conhecimento, milagres, discernimento de espíritos etc.


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[1] Viola, Frank. Reconsiderando O Odre: A Prática da Igreja do Novo Testamento. Present Testimony Ministry, 2001.
[2] Viola, Frank; Barna, George. Cristianismo Pagão: As Origens das Nossas Modernas Práticas de Igreja. Present Testimony Ministry, 2003.
[3] Viola, Frank. Gathering in Homes: Volume 1, Begining (Reunindo-se nos Lares: Volume 1, Iniciando). Present Testimony Ministry, 2006.expressão é
[4] Nota do tradutor. Em Inglês a expressão é ‘church service’.
[5] Também chamadas de ‘assembléias’ ou ‘estar juntos’ (Atos 4.31; 1 Cor. 14.23; Heb. 10.25)
[6] Viola, Frank. Então Você Quer Começar uma Igreja Nas Casas?: Plantação de Igrejas ao Estilo do Primeiro Século nos Dias de Hoje. Present Testimony Ministry, 2003.
[7] Linker, Rosalind. Learning Conversational Prayer. Liturgical Press, 1992.
[8] Lucas 24.22; João 5.39. A mensagem inteira de Paulo era Cristo. Ele consistentemente usava as Escrituras para revelar o Senhor.
[9] 1 Cor. 12.1-12; 14.26.


Tradução de Marcio Soares da Rocha



Frank Viola é um palestrante internacionalmente conhecido, um plantador de igrejas nas casas e autor de seis livros altamente aclamados sobre restauração radical da igreja, incluindo ‘Reconsiderando o Odre’, ‘Quem é tua Cobertura?’, ‘Cristianismo Pagão’ e ‘A História Não Contada da Igreja do Novo Testamento’. Frank mora em Gainesville, Florida (USA). Você pode visitar o seu site – wwwptmin.org.

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